quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sua sina.

Navegue, enxergue, amplie, sinta, ande, pare, pense, evolua.
Coma, durma, ria, chore, cante, cale-se, importe-se, esqueça.
Questione, viva, mate, morra, tente, seja.
Aja o que houver, um sonho, uma viagem, um olhar.
Custe o que custar, você sempre há de negar:
sua sina, contente, sofrida, sentida, ferida.
Sua sina nascida pra não ser esquecida.
Sua sina construída de um jeito que nenhuma outra seria.
Sua sina, sua vida, sua vergonha, sua avenida, seu carnaval.
Seu show é viver uma maravilhosa vida incomum,tão assim, normal.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Sobre mulheres que tiram seu sono

De quando em quando ela vem assim como quem não quer nada.
Me abraça, me tira da cama, me faz fazer milhares de coisas idiotas, pois é meus amigos, quem nunca passou por algo parecido?
Se no seu caso foi com uma loura, morena, negra ou ruiva, não sei.
Eu sei que no meu caso é bem diferente, por mais atraente que ela seja, não tem forma física alguma, pois estou falando da insônia.
Quando ela vem, já me preparo para o resto que há por vir.
Pois ela não se contenta em apenas tirar meu sono, ela quer que eu jogue o jogo dela, e eu jogo.
Fico impaciente, um cigarro vai, um cigarro vem. Deito novamente na cama, olho pra um lado, olho pro outro, olho pro teto, fecho os olhos, milhões de pensamentos passam de forma com que eu não consiga me concentrar em dormir.
Ligo a TV, como sempre não tem nada de bom, então desligo.
Mais um cigarro, leio um pouco, lembro de coisas que aconteceram durante o dia, penso em coisas que podem acontecer no dia seguinte, volto ao computador, esqueci de alguma coisa a fazer nele, faço de tudo, tudo.
Até que depois de inúmeras tentativas, desde um inocente chá de camomila até a fumaça louca de um narguilé.
Depois de pensar no futuro, presente e passado.
Depois de desvendar porque o céu é azul e se o homem pisou ou não na lua.
Eu durmo.
Mas é aí que vem a parte dramática da história.
Estou inconsciente, porém, de alguma forma consigo sentir o prazer de dormir.
Até que não estou mais inconsciente, pois meu subconsciente alerta o abrir de uma porta, a porta em questão é a porta do meu quarto.
Sinto uma mão no meu ombro, ouço uma voz que não espera resposta: - Vá buscar o pão.
É isso mesmo leitor amigo, consegui dormir as 05 e as 08 estou sendo acordado pela minha mãe pra ir buscar pão.
Chego a reclamar e dizer que não vou, me sinto mal por isso, minha mãe quase não pede nada a mim, quando pede vou negar?
Levanto ainda meio tonto, procuro um boné ou algo parecido pra não assustar as pessoas na rua.
Muitas vezes não acho, assim como cachorros recém nascidos eu não consigo manter os olhos abertos de manhã.
Vou caminhando até a padaria e lembrando do que meu pai sempre dizia, dizia que quando eu fosse mais velho e gostasse de uma mulher, ela iria me tirar o sono. Hoje vejo que isso é verdade, só não achei que pudesse ser assim, tão literal.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Aos nordestinos uma singela homenagem.

Doutor, antes me julgar como faz toda essa gente, preste atenção nesse recado que te passo meio que em forma de repente, sabe como é, veio vindo de repente na minha mente a idéia de contar minhas milongas de um jeito diferente.
Doutor, é que eu vejo essa gente olhando pra mim indiferente, como se eu cheirasse mau ou não tivesse dente, o senhor entende?
Não, eu sei que não entende, afinal é a sua gente falando da minha gente. Mas doutor fique ciente, até tolero brincadeira se for consciente, preste atenção que fanatismo é coisa de gente doente, e que nada disso tem sentido, já que minha gente é valente, que muito trabalha e pouco ganha pra levar essa merda de país pra frente!!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Conversas de ônibus

Hoje, estava eu a olhar para o teto, depois a tocar uma bateria imaginária, e por fim, pensar coisas totalmente sem sentido. Culpa do mal funcionamento do meu cérebro pela manhã.
Até que minha surpreendente animação matinal fez com que eu interagisse com alguém.
Pensei em falar sobre o tempo com o senhor que sentara ao meu lado.
Mas na hora falei apenas: bom dia.
No momento em que esse senhor respondeu, percebi a gravidade do erro que acabara de cometer. Não por ele ter mal hálito, nem por estar bêbado.
Mas sim por eu ter me sentido como um funcionário da central de atendimento da empresa de ônibus. Afinal, o senhor só fazia reclamar, reclamou de tudo. Do motorista até a calibragem dos pneus.
Pensei então que na falta de um bom dialogo com meu parceiro de viagem e na ausência de um i-pod, ouvir conversas alheias seria um passatempo bem razoável para tentar preencher o tédio de uma viagem de ônibus.
Rodei com os olhos todo o ônibus. Parei em duas mulheres de meia idade, uma sentada e a outra em pé.
A mulher de pé era a ativa, pois em toda conversa, só ela falava.
A mulher sentada era a passiva, pois só balançava a cabeça positivamente a cada 30 segundos, emitindo alguns “hum rum” de quando em quando.
Pois bem, parei pra ouvi-las, não era nenhum assunto extraordinário, porém, não me restavam muitas opções.
A mulher ativa contava com muito entusiasmo suas aventuras amorosas enquanto a outra balançava a cabeça positivamente.
Ela falava sobre as brigas que tivera com o marido, e com muito orgulho dava a entender que o vencia sempre.
Nessa hora imaginei se o seu marido não contava as mesmas histórias para um amigo, e com muito orgulho fazia parecer que vencia sempre.
Mas, descartei a possibilidade, era 09 da manhã, horário em que todos os homens falam apenas de futebol, isto é, quanto estão acordados.
Então voltei meus pensamentos a elas.
Perdi um bom tempo de conversa enquanto imaginava o marido dela contando as mesmas histórias com finais diferentes.
Quando voltei a acompanhar ela já estava contando como se conheceram, depois falou da profissão dos dois, do ciúme, de ligações estranhas, até que a nossa querida amiga passiva precisou descer do ônibus. Levantou-se e disse: - Tchau amiga, depois conversamos mais.
Foi sua primeira demonstração de interesse na conversa, e com isso, ela também descartou a minha teoria dela ser surda e muda, e da outra mulher estar apenas falando a esmo, falando por falar.
Enfim acabava minha única distração nessa longa meia hora de viagem.
Mas, era o final do Jardim botânico, já estava chegando.
Antes de descer ainda dei uma ultima olhada para o senhor do meu lado, e ele comentava comigo que o ônibus deveria ser amarelo e não azul.


Obs: Primeira crônica escrita por mim. Criei mentalmente no ônibus enquanto ia entorpecido pelo tédio.

Texto de apresentação

Aqui estou eu mais uma vez depois de tão precocemente ter desistido de outro blog.
Mas desta vez não fora pelos mesmos motivos de antes.
Pode parecer fútil, mas eu simplesmente desgostei do nome.
Ou talvez tenha apenas gostado mais deste.
A verdade é que o antigo não tinha muito a ver com a proposta que tenho a meus possíveis leitores.
Havia postado no antigo blog uma descrição de quem sou eu (ou pelo menos do que acho ser) , deixo aqui a mesma. Não por falta de critividade, mas sim por não ter mudado de opinião nos últimos dois dias.
Enfim,
Quem sou eu?

Não sei, mas, sou o que tento ser, ou o que acho que devo ser.
Não sei. Não por não tentar, mas sim por não saber.
Mesmo assim vou tentando sorrir, vou tentando viver, vou tentando escrever, vou tentando cantar, vou tentando ser.
E tentando ser aquilo que sou, vou vivendo, vou questinando, vou mudando, vou sendo o Sendo.